Sem noção de amor fraterno// O homem agride o irmão,// Num ato que mostra o inferno// Que traz no seu coração.
Rosa Regis Brincando com os Versos
Pensares que se transformam //espalhando poesia, //pegam carona no vento// enchem meu ser de alegria
Textos

A Lenda da Vitória Régia

Nos meus versos de Cordel

 

 

Peço à Mãe Gaia a ajuda

E a permissão pra falar

De uma lenda preciosa

Em cordel, a versejar,

Para mostrar aos leitores

Porque sei que irão gostar.

 

A lenda: Vitória Régia

Que fala da Natureza;

Dos mistérios do Universo

E toda a sua beleza

Da qual nós somos vassalos

Sendo a mesma Realeza.

 

Conta-se que: Há muitos anos

As índias jovens ficavam

Às margens do Amazonas

Sonhadoras se sentavam

E os seus sonhos de amor

Em coro, todas cantavam.

 

Ficavam por longas horas

Curtindo a noite! Encantadas

Com as águas que refletiam

A lua e, iluminadas,

Fazia as jovens sonharem,

Mesmo sem serem tocadas.

 

Naiá, a índia mais jovem,

Que era a que mais sonhava,

Tentou subir numa árvore

Pensando que assim tocava

A lua, mas não deu certo.

Nem mesmo assim alcançava.

 

Junto com suas amigas,

As montanhas escalaram

Porém viram, não deu certo!

Nem mesmo assim alcançaram!

A lua subiu mais rápido

E, novamente falharam.

 

É que elas acreditavam

Que se pudessem tocar

A lua ou mesmo as estrelas

Podiam se transformar

Numa delas! A inocência

As fazia assim pensar.

 

Naiá, na noite seguinte,

Buscando realizar

O seu sonho, às escondidas,

Foi para o rio encontrar

A lua nas águas negras

Sem aos seus comunicar.

 

Lá, imensa, esplendorosa,

A lua, resplandescente,

Descansava, refletindo

Sua imagem calmamente

Na superfície da água

Encantando qualquer ente.

 

A índia, inocentemente,

Pensou que a lua havia

Vindo se banhar no rio

E que ela lhe tocaria

Com a permissão da mesma!

Sua imagem lhe atraia.

 

Nas profundezas do rio

Naiá então mergulhou!

E ali desapareceu.

Ninguém jamais encontrou

Nenhum resquício da mesma.

Por mais que se procurou.

 

A lua sentindo pena

Da jovem que se finou

Em bela Vitória Régia

Seu espírito transformou

A Flor que às águas do Rio[1]

No seu todo perfumou.

 

Com inebriante perfume

A belíssima flor gigante

Abre suas lindas pétalas

Daquela noite em diante

Para receber da Lua

A sua luz que atua

Como um carinho de amante.

 

 

 

(cordel que compõe a TRILOGIA A.I.A.P – livro II)

 

Rosa Regis

Natal/RN – 30/09/2023

 


[1] Rio Amazonas

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 31/08/2024
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